A mídia. Ela, e mais ninguém. Um meio que tem o poder de fazer alguém estar por cima, mas também por baixo em pouquíssimo tempo. Afinal, tudo depende dela. A sua agenda de programações, o seu relacionamento com os protagonistas da novela global do horário nobre, sua percepção sobre o cara que roubou leite pra matar a fome do filho, enfim, você vive na sombra dela. Por isso, talvez, saiba também que a ouvimos. Mais do que isso, confiamos PLENAMENTE nela. Vivemos como ela quer que vivamos, e não podemos reclamar, aceitamos. "O quarto poder" é um filme que trata muito bem disso. Com detalhes e clareza, a gente percebe o quanto a Opinião Pública é mutável, o quanto ela pode "amadurecer" em relação aos mais diversos assuntos. Não há solidez. Há somente persuasão, por parte da própria mídia, e quase sempre para a própria mídia. Nessa sede insana por mais informações, furos absurdos, invasão total de privacidade, os profissionais da mídia distorcem os valores humanos mais essenciais, podendo destruir patrimônios pessoais em segundos. Ética e jornalismo têm que trabalhar juntos. Até onde vai o impulso jornalístico por "mais notícias quentinhas e exclusivas"? Até onde vai o direito da mídia de "conduzir" de forma sensacionalista um assunto? Bom, são perguntas que ninguém sabe ao certo a resposta, mas uma coisa é certa: há um grande abismo entre jornalismo e audiência. Um bom jornalismo, puramente noticioso, não vende. Escândalos, sim. A questão a ser pensada é o LIMITE. Como dizia minha professora da primeira série: "O seu limite termina aonde começa o do coleguinha".
Existem limites para a mídia?