domingo, 7 de junho de 2015

A-Como-Danças...

Não se pode deixar acomodar.

Em nada, nessa vida, consegue-se ser algo diferente depois de acomodar-se.
Depois do beijo frio, esquece-se de esquentar.
Depois das horas tardias, esquece-se de ser pontual.
Depois de cantar a letra errada, esquece-se do sentido da canção original.

Acomoda-se no coração, na mente, no corpo e até na alma, quem não incendeia o seu redor.
Aquieta-se com o café morno, com a desatenção, com a falta de compasso a dois, com o tempo nublado.
Cala-se e morre-se engasgado do que nunca foi dito - mas muito sentido - quem se acomoda em não dizer.
Familiariza-se com a música não-quista, com a gastronomia insossa, e com as palavras vazias.

Portanto a sua dança, meu amigo, tem que ter o seu ritmo, e nunca perder-se nas batidas desarmônicas e desafinos de outrem.
Não se acomode, que incomodar-se é a gasolina das mudanças, das evoluções e das paixões que movem a vida. É "A-Como-Danças" que vai definir se o seu futuro será um banho-maria de pepinos crus ou uma viagem interespacial.

Incomode-se, mude-se, e seja livre.

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