quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Quase Memória

Um livro, pra mim, tem que ter emoção, despertar curiosidade, ser objetivo e claro, etc e tal. A ideia tem que ser boa, mas não necessariamente mirabolante. Bem contada já basta. Tudo isso e mais um pouco faz parte do livro Quase Memória, de Carlos Heitor Cony. Não vou falar muito da história pra não perder a graça (pra quem quiser, um dia, ler), mas o livro é bom. Bom mesmo! O próprio autor descreve o livro como um quase-romance, já que o enredo passa por vários momentos, gêneros. Basicão: o livro é narrado pelo próprio autor, mas contando uma vida espelhada em outra, na de seu pai. A partir das memórias que ele tem do pai, conta as aventuras em que ele se metia, seus sonhos, seu espírito otimista e visionário, sua força de vontade. Legal também pq o livro fala um pouquinho do que acontece na época, tocando no nome de Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, com a chegada das TVs para o Brasil, e outras coisas interessantes. A partir do meio do livro, quando o filho recebe um embrulho de um recepcionista do restaurante aonde ele almoçava, a história fica ainda mais legal. O embrulho tinha todas as características dos embrulhos feitos por seu pai: cheiro, letra do bilhete, modo pelo qual o nó foi feito, etc. Detalhe, o pai morrera há 10 anos. Ele leva o embrulho para seu escritório (era jornalista, assim como o pai o fora), e fica horas observando o pacote, imaginando o que teria ali, seu era o pai mesmo quem mandara o tal embrulho, tudo. Mil lembranças passam por sua mente, e a história, quase até o final, é baseada nas lembranças a que o embrulho o remete. Detalhe: ele não abre o tal embrulho. O que ele queria, na verdade, era distrinchar dele todas as memórias possíveis, na verdade, reduzi-lo à QUASE MEMÓRIAS. Não abriu tb pq sentiu que o objetivo do embrulho era simplesmente trazer a ele todas as memórias de uma vida inteira, ou melhor, de duas vidas inteiras. Achei absolutamente interessante, inédito o fato de um filho viver a partir das memórias, atitudes de seu pai, de como ele o vê como herói absoluto da sua vida, e como se sente a platéia mais importante da vida desse pai-personagem.
Frase do pai: "Amanhã, farei grandes coisas!"
Vale à pena ler!

9 comentários:

Suellen Analia disse...

Levar uma vida a partir de lembranças;memórias de outras pessoas é realmente muito inusitado!

Beijos!!!!

Roberta Albano disse...

A história me parece ão familiar... so nao sei pq ^^

Anônimo disse...

Eu quero!
É tão bom ler, que não sei porquê não me dei conta antes..

bjs amiga!

Brava'S Idéias disse...

O desenrolar do livro é muito instigante, apesar de absolutamente simples a história. Mais uma vez: vale muito à pena ler!

Beijos!

Amanda Hora disse...

Eu quero tbm! rs
Fiquei com uma baita vontade de ler esse livro...
Bjoss!

isabella saes disse...

Gostei da dica. Sou viciada em livros. Assim como em filmes também. Vou ler! E obrigada pela visita no "Mente Inquieta"! Seja sempre bem-vindo.

Felipe disse...

Que bom que te inspirei um desdobramento! SObre o livro, vou deixar como opção, já que no momento to atracado com 2!!!rs Os melhores contos da Mitologia e o novo do Cornwell que fala daquelas pedras Britânicas que tem um nome difícil...rs

Brava'S Idéias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Brava'S Idéias disse...

É muito bom mesmo, Amanda!
;D

Obrigada pela visita, Isabella!
Seu blog é muito bom.

"Os melhores contos da Mitologia" deve ser muito bom, hein Felipe! E olha, depois vê o que achou do desdobramento! hahaha

Beijos!